No passado dia 7 de Agosto realizou-se na ilha Graciosa a primeira corrida de toiros integrada nas festas do Senhor santo Cristo dos Milagres. A corrida afigurava-se altamente competitiva na medida em que estavam em disputa os prémios para a melhor lide a Cavalo, a melhor pega, assim como, os prémios de Bravura e apresentação. O Cartel era constituído pelos Cavaleiros Tiago Pampelona, João Moura Júnior, Rui Lopes e o jovem praticante Miguel Moura, enquanto que, as pegas estavam a cargo dos dois grupos terceirenses, Amadores da Tertúlia Tauromáquica Terceirense e Amadores do Ramo Grande, que em boa verdade, não tiveram tarefa fácil, perante um curro de Rego Botelho que impunha respeito. Os toiros traziam fogo na investida e pediam contas, não dando tréguas aos homens das jaquetas de Ramagens.
Para a cara do primeiro toiro (2º da ordem) pelos Amadores do Ramo Grande André Parreira deparou-se com um toiro algo reservado e que no decorrer da função procurou o refúgio das tábuas. Na primeira tentativa o forcado forçado a pisar terrenos comprometedores, foi surpreendido por uma investida brusca do toiro que humilhando excessivamente no momento da reunião, não permitiu que o forcado se fechasse de pernas. Na segunda tentativa o exemplar voltou a investir com a mesma tempura, mas André Parreira fechou-se muito bem à barbela, aguentando o violento derrote do toiro até à chegada dos ajudas.
Um dos momentos mais complicados para o grupo naquela tarde, aconteceu no quarto toiro da ordem, César Pires na Cara do toiro, executou uma primeira tentativa plena de garra e de querer, viajou na cara do toiro até as tábuas, mas aí o grupo não esteve coeso acabando assim a tentativa por gorar-se. A pega acabou por se consumar à quarta tentativa com as ajudas carregadas, destacando-se a brilhante contra caras do cabo Filipe Pires, que em curto deu o peito num primeiro instante e depois viajou de lado colando sempre o forcado na cara do toiro.
No sexto da ordem foi caras Miguel Pires, o jovem forcado teve pela frente um oponente sério, um verdadeiro teste ao seu excelente momento de forma. O toiro empregou-se com afinco na lide a cavalo, toiro bravo, que carregava nas sortes e que perseguia com codicia permitindo uma brega agradável, acabando mesmo por levar os dois prémios em disputa, bravura e apresentação. Nas primeiras duas tentativas a violência no momento da reunião era de tal forma forte que o forcado nunca se conseguiu fechar na cara do toiro, sendo literalmente cuspido. À terceira e bem, com as ajudas carregadas, dando poucas vantagens ao toiro, o forcado teve ganas para lá ir, fechando-se perante a ajuda atenta e próxima de Berto Messias.
Teste difícil, a merecer reflexão, contudo sentimento de dever comprido.
Texto de Nuno Pires
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