quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Forcados do Ramo Grande em Moura

Uma Comitiva do Grupo de Forcados Amadores do Ramo Grande (GFARG) esteve na Festa de Campo do Real Grupo de Forcados Amadores de Moura (RGFAM), a convite do grupo anfitrião.

A Festa decorreu no sábado, dia 17 de Novembro, na Herdade da Galeana, na Granja, onde está instalada a Ganadaria Murteira Grave.

Pelas 09:00h da manhã chegámos à Herdade da Galeana onde, juntamente com o RGFAM fomos recebidos pelo Dr. Joaquim Grave, proprietário da Ganadaria.

Aqui foi-nos feita uma breve explicação sobre a Ganadaria Murteira Grave e sobre a história daquele monte.

Depois de um breve pequeno-almoço com queijo da Região, pão, café e vinho do Porto, subimos para os atrelados que nos levariam a visitar a Ganadaria Murteira Grave, uma das mais importantes do País.

Ao longo do percurso deparámo-nos com uma paisagem de planícies secas e áridas que constituem um grande obstáculo à criação dos animais. O clima daquela zona, bem diferente do que temos nos Açores, obriga a um grande esforço suplementar dos Ganadeiros na alimentação dos animais.

Depois de algum caminho vimos os primeiros exemplares. Toiros bonitos, encastados, com trapio e grande porte. Córneas largas e simétricas e grande sentido dos animais.

Depois de termos visto as vacas, chegou a altura do treino do RGFAM no tentadero Murteira Grave.

Nos curros, um novilho e uma vaca.

O Novilho saiu bem. Com sentido e alguma nobreza, revelou-se um animal razoável para o treino. Apesar de não haver capotes, o novilho fez algumas pegas de bom nível, acabando por, passado algumas pegas, começar a defender-se na crença.

Filipe Lemos, do GFARG, em dia de aniversário recebeu como “prenda” uma pega ao novilho em causa. O “nosso” Nuno Pires, também foi contemplado com esse benefício, sendo obrigado a ir buscar o Novilho à crença mas fechando-se em bom estilo.

A Vaca, apesar de uma córnea bonita e bom porte, acabou por se revelar muito desatenta e pouco nobre. Adiantava um piton e entrava em cima o que provocou algumas dificuldades aos forcados que tiveram a tarefa de ir à cara, tarefa essa que se revelou dura e provocou algumas mazelas.

Depois do Treino seguimos para o Monte onde nos esperava o almoço e, no caminho, tivemos oportunidade de observar os novilhos que constituirão os curros da época 2009.

Foi um fim-de-semana de Toiros e Forcados que muito nos satisfez.

Deixamos aqui as fotos que registam a nossa passagem por Moura.




























Mais fotos aqui

Fazemos um agradecimento muito especial ao Real Grupo de Forcados Amadores de Moura pelo convite e pela forma fantástica como nos receberam no Jantar de Sexta, na visita de Sábado, no Jantar de Sábado.

Ao Cabo Pedro Acabado e a todo o RGFAM um abraço de amizade e um agradecimento muito especial.

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Toiro de Lide - características


O toiro quando sai à arena e durante a lide apresenta os seguintes "estados":

Levantado - O toiro percorre o redondel tentando encontrar uma saída. Atropela o que encontrar à sua frente. Acomete ao lidador, mas sempre para o afastar, sai "solto"e recomeça a fugir.

Parado - Ao toiro já lhe foram dados uns lances de capote e recortes com a garupa do cavalo e se inicia a colocação dos ferros compridos e bandarilhas.

Aplomado - No caso da lide à espanhola, depois de já ter consentido a faena de muleta, o toiro fica cansado e já com pouca investida. É neste estado que o lidador entra a matar com o estoque.

No caso da lide a cavalo à portuguesa, não se deve deixar o toiro chegar ao estado de "aplomado", porque deve chegar à pega ainda com força para investir.

http://sol.sapo.pt/blogs/partebilhas/

sábado, 10 de novembro de 2007

Pegar toiros é uma arte e uma técnica

"O moço de forcado é, por definição, um homem valente, valente e com medo, por isso mesmo superiormente valente.

Porque a superior valentia do forcado, reside exactamente no facto de ser capaz, no momento próprio, de dominar o medo, conservando a lucidez necessária para ver, pensar e executar a pega dentro das regras estabelecidas.

Pegar toiros é uma arte e uma técnica. Sem técnica, posta a questão no campo de jogo de forças, o homem sairia irremediavelmente derrotado do embate com o toiro. Por isso a técnica da pega é tão complexa como a técnica de qualquer outra modalidade de toureio. Do estudo atento do comportamento do toiro durante a lide, da escolha do forcado que há-de tentar a pega, por comparação de características de um e de outro, da distância e dos terrenos do cite, do caminhar na arena, do esperar, do tourear, ao cair-Ihe na cabeça, para se fechar; à barbeIa ou à córnea, dos múltiplos requisitos de ordem técnica a que o bom forcado deve obedecer, depende o bom êxito da sorte. E tudo isto deve associar-se à estética das atitudes e dos movimentos. Porque assim a pega será entendida como sorte de beleza toureira, e não como rudimentar, ainda que emocionante, acto de bravura humana.

De salientar ainda que, nesta época dos «milhões», o forcado enfrenta o toiro por manifesto idealismo, contribuindo vezes sem fim para obras de beneficência. Os forcados são assim, os últimos românticos das Festas de Toiros.”

A.Martins Rodrigues, O Fado e as Toiradas em Portugal

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

PEGA DE CARAS - o cite

Há grande diferença entre “agarrar” ou “pegar” um toiro.

Quando os forcados se aproximam por detrás do toiro e o grupo cai-lhe em cima quando o animal se vira, diz-se que o toiro foi agarrado.Esta sorte normalmente é utilizada como ultimo recurso numa tentativa desesperada do grupo em consumar a pega.Não sendo uma sorte com momentos de verdadeiro toureio, certo é, que muitas vezes se torna imprescindível a sua utilização. Para tal poderão contribuir uma deficiente abordagem inicial do grupo às características do toiro, assim como, toiros verdadeiramente possantes ou que apresentam características de mansidão.

Na pega de caras o grupo deverá dar as vantagens ao toiro. Chama-se dar as vantagens, quando o toiro já foi colocado pelos peões-de-brega no local da arena onde o cabo recomendou e o forcado da cara começa por chamar o toiro de largo, dando-lhe os terrenos de mais de meia praça. Quando o primeiro ajuda se mantêm longe do forcado da cara e este chama o toiro de largo, o grupo está dando as vantagens ao toiro.Mas o cite não começa quando o forcado chama o toiro, mas sim quando este se vira e olha para o forcado.

Durante o cite pode haver momentos de toureio, se o forcado se mostrar bem; se parar, marcando a figura; se mandar, carregando e alegrando o toiro; se templar, trazendo o toiro toureado, quando recua, até se fechar à barbela ou à córnea.Quando assim é, na pega foram marcados os tempos do toureio: parar, mandar e templar.