segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Reportagem: Comissão da Feira Taurina de Madrid (2010) visita ilha Terceira

E assim foi! Na manhã solarenga de sábado passado a Comissão da Feira Taurina de Madrid chegou à ilha Terceira. No aeroporto a azafama era grande. Ganaderos, alguns amigos e gente ligada à festa brava esperavam a Comissão. A Filarmónica Recreio Serretense também marcou presença e recebeu a comitiva com meia dúzia de passedobles. Para alegrar a festa, El Toti "CasaGrande" brindou os presentes com a sua magnifica voz ao interpretar o tema "Madalena".

Após tal aparato pouco visto no dito aeroporto, a excursão rumou ao interior da ilha onde um vasto farnel esperava os convidados. Com algum frio à mistura e São Pedro por vezes a fazer das suas, não foi razão para desmotivar os visitantes da Ilha de Jesus Cristo. Muito pelo contrário, a boa disposição marcou presença nas quase 6 horas de convívio e passeio, quer a pé quer numa carrinha que "não é uma Toyota"!

Entre os pastos agrestes e duas mil e trezentas e sete cancelas, centenas de fotos e de cabeças de gado bravo, foram vistos os curros para a Feira de São João e escolhidos os curros para a Feira Taurina de Madrid(2010) onde se equaciona a ideia de um deles ser todo de pelagem castanha.

O convívio teve inicio na ganaderia dos Irmãos Toste com o almoço tradicional, linguiça, queijos, pão, vinho e presunto, torresmos, morcela e muitas outras iguarias da ilha compunham o vasto farnel, seguindo-se a visita à mesma ganaderia. Após 3 horas, a comitiva seguiu em direcção à ganaderia Rego Botelho onde passaram outras 2 horas de boa disposição, convívio e camaradagem(quando El Bertolucio di Pádua, longe do seu capote e muleta, esteve prestes a ser colhido por um semental da ganaderia. Não fossem os Cães da Casa Real Espanhola a situação poderia ter sido desastrosa). Para finalizar um longo dia a Comissão deslocou-se à Ganaderia JAF. Visita curta, à distancia mas não menos importante e digna de registo(as fotos ainda não nos foram cedidas).

Findado o dia campestre, a comitiva deslocou-se à Sede do GFARG onde os esperava um jantar de Boas-Vindas! Jantar oferecido pelo cabo do Grupo, confeccionado pelo cozinheiro internacional Chef Topo Gigio, de onde se destacou o seu famoso "Camarão ao Cabelo".

Aqui ficam algumas fotografias desse dia que deixou saudades.



A Comitiva presenteada com um vasto farnel


Toiros de Irmãos Toste para 2009


Bonito exemplar da ganaderia Irmãos Toste


Cão da Casa Real Espanhola mostra o seu lado fotogénico


A Comissão da Feira Taurina de Madrid(2010)
Da direita para a esquerda: El Toti "CasaGrande", conceituado matador de toiros Espanhol; El Bertolucio di Pádua, matador de toiros Italiano internacionalmente conhecido; El Miguelito "Duck", jovem espanhol radicado nos EUA, promessa do rejoneio mundial; o Maestro El Josélito de Faviera, a lenda viva do toureio apeado, em representação da Casa Real Espanhola e o fotografo taurino e ex-matador "El Morganhito"


Mais toiros de IT para 2009


À saída da ganaderia IT, um "presente"!


Já na ganaderia Rego Botelho, El "CasaGrande" foi o abre cancelas de serviço...


O futuro da ganaderia RB


A Comissão da Feira na visita à ganaderia RB


Toiros RB para 2009


Bonito exemplar de RB para a Feira de São João


Mais toiros de RB para 2009


Outro Bonito exemplar de RB para a Feira de São João

Já no domingo de manhã teve lugar uma tenta à porta fechada. Foram tentadas 9 vacas, 3 de cada ganaderia. Se houvesse público, El Toti "CasaGrande", El Bertolucio di Pádua e El Miguelito "Duck" teriam saído em ombros certamente! E ainda se houvesse director, estes 3 "artistas" teriam levado os animais inteiros para casa, tal foi a perfeição das suas lides. O Maestro "Faviera" foi o picador de serviço. Quanto às fotos desta tenta, por motivos óbvios não podem ser divulgadas.

Notícia de última hora!

Neste fim de semana, a Comissão da Feira Taurina de Madrid (2010) deslocou-se à Terceira para chegar a acordo com três ganaderias da ilha. O interesse desta Comissão já é antigo, mas por questões logísticas nunca foi concretizado. No entanto, a boa vontade das pessoas envolvidas é enorme e o acordo para que essas ganaderias apresentem três curros de touros nessa Feira poderá estar prestes a ser fechado!

Uma reportagem exclusiva, a não perder aqui no GFARG!

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Feira de São João 2009



21 de Junho (Domingo)


“Corrida da Oportunidade”

Cavaleiro: Rui Lopes

Matadores: Manuel Dias Gomes e José Manuel Mass

Forcados: Tertúlia Tauromáquica Terceirense

Toiros: 2 Rego Botelho, 2 Irmãos Toste, 2 Herd. Ezequiel Rodrigues (cavalo)


24 de Junho (Quarta-Feira)

“Corrida de Prata – 25 da Monumental Ilha Terceira”

Cavaleiros: Marcos Tenório Bastinhas e Tiago Pamplona (João Pamplona lidará também no final)

Matador: Ruben Pinar

Forcados: Tertúlia Tauromáquica Terceirense e Amadores do Ramo Grande

Toiros: 5 Irmãos Toste (cavalo) e 2 Rego Botelho


26 de Junho (Sexta-feira)

“Majestosa Corrida”

Matador: “El Juli”

Cavaleiro: Manuel Lupi

Forcados: Tertúlia Tauromáquica Terceirense

Toiros: Rego Botelho


27 de Junho (Sábado)

“Imponente Mano-a-Mano”

Cavaleiro: Vítor Ribeiro

Matador: “El Fundi”

Forcados: Amadores do Ramo Grande

Toiros: C.A. José Albino Fernandes


28 de Junho (Domingo)

“Grandioso Concurso de Ganadarias”

Cavaleiros: Vítor Ribeiro, Manuel Lupi e Marcos Tenório Bastinhas

Forcados: Tertúlia Tauromáquica Terceirense e Amadores do Ramo Grande

Toiros: 2 Irmãos Toste, 2 Rego Botelho, 2 C.A. José Albino Fernandes

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Poema

Este poema foi deixado pelo nosso amigo "Capinha" no hi5 do Miguel. Peço desculpa pela intromissão, pelo "roubo"(peço desculpa aos dois!), mas acho que todos concordam que também ficaria bem aqui!
Não sei quem foi o(a) autor(a), mas ficam aqui os meus parabéns!

"FORCADO

É assim que tudo começa já há musica na praça,
salta para a arena com graça.

Meias brancas de candura · Tira vermelha à cintura.
Jaqueta floreada, para pegar a criatura.
É assim que tudo começa,
Como se fosse uma peça.
É assim que segue a cena.
O barrete já desbotado, traz a alma do forcado.

É esforçado e persistente,
Tem rebeldia, é valente.
Chama Eh Toiro! Mostra o que sente.
É assim que segue a cena,
Como se fosse um poema.
É assim que surge a emoção,
Uns podem dizer que e louco, mas no seu coração sabe a pouco.
A cabeça o toiro começa a erguer,
A terra faz estremecer,
Afinca-se o sentimento, ao desatar a correr.
É assim que surge a emoção,
Como se fosse uma canção.
É assim que se segue em glória...
O Forcado aumenta o respirar, encontra o touro a arfar.
Agarra os cornos em legítima defesa,
Um momento de rara beleza.
Esta feita a pega, linda, brava, com certeza!
É assim que se segue em gloria,
Como se fosse uma historia.
É assim que se acaba em grande.
Aplauso, apupos e euforia, o Forcado solta o toiro com alegria.
Só o rabejador ficou, o grupo todo se afastou.
O público acarinhou,
Voltear a arena, a lide encerrou.
É assim que se acaba em grande,
Como arte que corre no sangue!"

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Forcado

"Os forcados são grupos amadores de vários homens que numa corrida de touros pegam o touro. Quando se executa uma pega, oito homens entram na arena, o primeiro é o forcado da cara; os outros sete ajudam-no a imobilizar o touro, havendo um (o rabejador) que segura no rabo do touro, para provocar o seu desequilibro e para quando os seus companheiros o largarem este não invista sobre eles.

A Origem dos Forcados

Em 1836, no reinado de D. Maria II, foi decretado a proibição da morte dos toiros na arena, para remate da lide dos cavaleiros, passou-se a pegar o toiro.

Foi assim que no século XIX teve formalmente origem a existência dos forcados como conhecemos nos dias de hoje.

Descendem directamente dos antigos Monteiros da Choca, grupo de moços que, com os seus bastões terminando em forquilha ou forcados, defendiam na arena o acesso à escadaria do camarote do Rei, que com o decreto de D. Maria III passaram a ser eles a pegar o toiro, evoluindo o nome de Monteiros da Choca, para Moços de Forcado ou simplesmente Forcados.

A pega já se praticava sem galardões de espectáculo e a sua técnica seguramente já era conhecida mas como tudo sofreu algumas alterações até aos dias de hoje.

Depois da reunião do primeiro elemento com o touro, cabe aos ajudas a tarefa de imobilizar o touro para que a pega se considere realizada.

O rabejador é o responsável por rematar a pega.

A Pega

A pega do toiro não é a actividade brutal que pode parecer às pessoas menos conhecedoras, é uma arte que se baseia numa técnica precisa.

Existem vários tipos de pegas, as mais conhecidas e utilizadas nos nossos dias são a pega de caras e a pega de cernelha.

Na pega de caras, o primeiro elemento, o forcado da cara, tem como objectivo fechar-se na cara do toiro, após se ter agarrado aos cornos ou ao pescoço do touro e amortecido o choque da investida. Não se espera que esse forcado segure o toiro sozinho, apenas se lhe exige que aguente os derrotes com que o touro o tenta lançar fora, até que os restantes sete forcados o ajudem, também sob uma determinada técnica, secundem o seu esforço e imobilizem o touro. Nessa altura a pega é consumada e o touro é libertado.

Também a pega de cernelha obedece a uma técnica. Executada por dois elementos, o cernelheiro e o rabejador, esperam o encabestrar do touro para tentar a sua sorte. Desta feita a tentativa da pega é feita por um elemento agarrado de lado e outro ao rabo do touro, com o mesmo objectivo, imobilizar o touro.

A estética está sempre presente. O forcado vale pela sua serenidade e sangue frio, mas também pela sua qualidade artística. Não necessita de invulgar força ou robustez, antes terá de desenvolver qualidades psicológicas, pelo que se diz que a pega é uma escola de virtudes.

Quando um forcado caminha na arena em direcção ao toiro, sem outra protecção que a confiança na sua destreza, terá de vencer a luta consigo próprio. O medo está sempre presente e a contrapor tem acima de tudo o apoio dos seus companheiros, a dependência um dos outros fá-los ter entre si uma amizade única que os acompanha pela vida fora.

O cernelheiro e o rabejador esperam o encabestrar do touro para poderem tentar a entrada sem serem vistos.

Depois da entrada, o objectivo da pega de cernelha é o mesmo, imobilizar o touro para que a pega se considere realizada.

A Formação

Todos os anos dezenas de jovens procuram experimentar a aventura de pegar um toiro, por intermédio dos amigos ou familiares surgem nos treinos cheios de vontade de mostrar a sua valentia , têm um sonho, ser forcado.

É nos treinos e nas ferras que se começa a conhecer o potencial do futuro forcado. A destreza, a garra e o jeito surgem em bruto prontos para serem moldados pega após pega, aconselhar e corrigir é o papel do cabo perante os novos elementos.

A maneira como se inter relacionam é também um factor muito importante, para o Grupo ter êxito em praça, o colectivo tem de ser forte e o novo elemento tem de conhecer a filosofia do forcado para perante a adversidade conseguir reagir com confiança em si próprio e no Grupo.

Além dos treinos e das ferras, a formação dos novos forcados passa por grupos de escalões inferiores (juvenil, infantil e benjamim), onde o convívio, o lazer e a boa disposição são os factores importantes, mas sempre com o incentivo de os preparar para a nova actividade do Forcado Amador."

In Wikikédia